Mobisódios e o Final de Lost

Em entrevista ao Hollywood Reporter, os produtores, Damon Lindelof e Carlton Cuse anunciaram o lançamento dos mobisódios e falaram um pouco sobre o final da série (artigo adaptado): Após a controversa conclusão de "Os Sopranos", os produtores executivos de Lost disseram que não planeiam um final obscuro para a série. "Não vamos terminar com um ecrã negro" disse Carlton Cuse a uma audiência que se juntou em Midtown Manhattan para o segundo dia da conferência anual Promax/BDA. Ele e o co-produtor Damon Lindelof responderam a questões - mas não a essas questões - e disseram que têm um final planeado para a série que foi definido, em conjunto com as últimas três temporadas, num "mini-acampamento" recente com os guionistas, antes do início da produção da nova temporada em Agosto. Lost vai terminar na Primavera de 2010 após mais 48 episódios, 16 por temporada. Lindelof refere que Lost tem se mover no sentido de responder às muitas questões colocadas até agora. "Não podemos, obviamente, esperar até ao último episódio e dizer 'Aqui estão todos os mistérios da série'", disse Lindelof. Contudo, Cuse fez notar a realidade dos fãs altamente dedicados, que utilizam a Web para propor teorias e chegam mesmo a analisar os episódios frame a frame em busca de significado adicional. "Não estou certo de que exista um final que vai agradar a toda a gente.", indica Cuse. "A nossa esperança é a de que vejam o final como a conclusão lógica da série". Cuse disse que a primeira temporada se centrou nos sobreviventes do voo 815, na sua chegada à Ilha e nas dificuldades em serem resgatados. A segunda temporada dedicou-se à escotilha e a terceira dedicou-se aos Outros. "A próxima temporada... bom, falaremos disso mais tarde", referiu Cuse. Enquanto que os espectadores de Lost vão ter de esperar até ao próximo ano para verem os novos episódios, Cuse e Lindelof revelaram que, durante o Outono, irão surgir uma série de mobisódios Lost, que contam com todo o elenco da série e serão publicados primeiramente através da Verizon Wireless e, posteriormente, no site ABC.com. "Como mantemos a série viva na mente da audiência durante todo este tempo?", pergunta Cuse. Além disto, os produtores planeiam voltar a participar no evento Comic-Con, para analisarem o final da terceira temporada e o que têm agora em mente. Cuse disse ainda que os mobisódios, com cerca de 90 segundos cada, darão aos fãs "hardcore" da série mais informação do que aquela que poderia ser obtida através da série. Não serão, contudo, uma mini-versão de Lost. "Terão de ser suficientemente interessantes e bem produzidos, de modo a que as pessoas sintam que estão a ter a compensação devida pelo seu tempo", indicou Lindelof. Lindelof disse que as negociações com o elenco foram muito prolongadas, mas quiseram ter a certeza de que todos os actores estariam envolvidos nos mobisódios. "Ninguém queria ver duas pessoas desconhecidas, sentadas a conversar 'Hei, ouviste dizer o que o Jack e a Kate fizeram ontem?' As pessoas querem ver o Jack e a Kate. Foram precisos três anos para estabelecer estes acordos", referiu Lindelof. Cuse disse que, actualmente, ser o responsável por uma série é bem diferente do que era há 10 anos atrás. "Temos de ser uns autênticos gestores de marca". Ao todo, existem 37 componentes da marca "Lost", incluindo T-shirts, aplicações para telemóveis e um jogo de vídeo. Isto levou à discussão de alguns "acidentes de percurso", como o livro "Bad Twin", que nunca atingiu as expectativas dos autores, e a introdução de dois sobreviventes desconhecidos, Nikki e Paulo. As personagens surgiram da audiência que Lost, que se questionava porque razão a série se focava em 12 personagens e nunca em nenhum dos sobreviventes sem nome que passeiam pelo acampamento. Os produtores indicam que perceberam quase imediatamente que a introdução de Nikki e Paulo tinha sido um erro, mesmo antes das crítica dos fãs. Muitas das cenas que foram gravadas com essas personagens acabavam por ser cortadas na sala de edição, não devido aos actores, mas porque existia uma grande preocupação com a introdução dessas cenas na história. Lindelof disse que esta foi uma lição para os autores no sentido de estes se manterem fieis à visão da série, mesmo que os fãs não pareçam estar agradados com isso. "Nós enterrámo-los vivos" disse Cuse. "Ok, não gostam da Nikki e do Paulo, ai têm".