Filosofia em LOST

A equipa criativa de LOST confessou referenciar na série famosos filósofos através do nome de certas personagens e ligações entre essas personagens. Embora desnecessárias para o prazer de ver a série, para alguns fans, estas referências expandem o subtexto literário e filosófico de LOST. Os dois exemplos mais claros, John Locke e Danielle Rousseau, são chamados pelo nome de filósofos de contractos sociais que lidaram com a relação entre a natureza e a civilização. Locke partilha o seu nome com o filósofo inglês John Locke (imagem acima). Este acreditava que num estado natural, todos os homens tinham igual direito de punir transgressores; para assegurar um julgamento justo para todos, governos eram formados para uma melhor administração das leis. O conceito do filósofo afirmava que os humanos nasciam com uma “tela branca” – a tabula rasa (que se trata do titulo de um dos episódios da primeira época) – estado de vazio mental completo por falta de qualquer experiência e conhecimento e que a identidade de cada um é uma consequência das decisões e escolhas que faz na vida. Semelhantemente, o pai de Locke na série é Anthony Cooper, na vida real Lord Anthony Ashley-Cooper foi o mentor político e patrono do filósofo John Locke. O protegido de Locke, Boone Carlyle, partilha o nome com Thomas Carlyle, um ensaísta do século dezanove que falava de organização, estrutura e liderança da sociedade. No seu livro “Heroes and Hero Worship” (Heróis e o culto do herói), ele proclamava que por necessidade, lideres heróicos eram inevitavelmente imperfeitos e com defeitos. O filósofo franco-suíco Jean-Jacques Rousseau (de quem Danielle recebe o nome) argumentava que o homem nasce fraco e ignorante, mas apesar de tudo virtuoso; apenas depois do homem se desenvolver socialmente é que ele se torna mal intencionado. Na sua teoria “Noble Savage” (Selvagem Nobre, tradução livre) ele teorizava hipoteticamente que uma criança criada na selva independente da sociedade e cultura humana seria uma pessoa objectivamente superior no que diz respeito ao um conjunto de éticas universais. Também existem fortes ligações a filosofias orientais como foi referido já no tópico Ba-Gua. Tudo isto pode até não ser essencial para a história em si mas não deixa de ser muito interessante.