A caminho da Orquídea?
Em “Cabin Fever”, Martin Keamy decide passar para o segundo protocolo de execução da missão na Ilha. Após uma discussão com o capitão Gault, vemos Keamy a retirar uma pasta preta que descreve o referido protocolo. Na primeira página da pasta podemos observar um símbolo da Iniciativa Dharma ainda sem estação correspondente: Ora não é a primeira vez na presente temporada que vemos este símbolo. No nono episódio, “The Shape of Things To Come”, Ben acorda no deserto com um anoraque vestido, um blusão contendo o mesmo símbolo Dharma que figura na pasta que Keamy consultou: Apesar de ainda não existir qualquer confirmação oficial, já há algum tempo que a maioria dos fãs pensa que este símbolo corresponde à estação Orquídea. Para quem ainda não sabe ou está apenas esquecido, a Orquídea é mais uma das estações que a Dharma construiu na Ilha, por sinal a sexta. Ainda não foi visitada na série, mas, durante o Verão de 2007, foi lançado na Internet o vídeo de orientação desta estação. É este vídeo que podem agora ver ou rever: O orador, que conhecemos como Marvin Candle ou Mark Wickmund, toma desta vez o nome de Edgar Halliwax. Curiosamente, é justamente o nome “Halliwax” que surge no anoraque de Ben. Segundo o vídeo, a Orquídea é uma estação que supostamente seria dedicada a investigação botânica, mas onde na verdade decorrem experiências científicas “altamente voláteis e potencialmente perigosas”. E perigo é algo que parece não faltar a este vídeo. Aparentemente, o mesmo coelho (identificado com o número 15) surge em dois locais diferentes ao mesmo tempo e o Dr. Halliwax está apavorado com a possibilidade de que os dois coelhos, ou as duas instâncias do mesmo coelho, se toquem. É também feita referência ao efeito Casimir, proposto pelo físico Holandês Hendrik B. G. Casimir em 1948. Hendrik descobriu que duas placas metálicas, quando colocadas perto uma da outra e paralelas, estão sujeitas a uma força de tensão que as aproxima. Esta força só pode ser medida quando a distância entre as placas é extremamente pequena e, na realidade, só foi efectivamente medida em 2001. O que pode ser relevante para Lost é o facto que, do ponto de vista da mecânica quântica, o efeito Casimir pode ser utilizado para estabilizar um buraco de verme. Já aqui falámos sobre os buracos de verme ou wormholes no âmbito da análise do episódio “The Constant”, tendo referido que estes consistem essencialmente em “atalhos” através do espaço-tempo. A estabilização de um wormhole permitiria o seu atravessamento e viajar a uma velocidade superior à da luz (“faster-than-light travel”). Mais concretamente, tornaria possível que a matéria, percorrendo os wormholes, atingisse localizações distantes mais rapidamente do que a luz utilizando as “rotas normais”. O que por sua vez permitiria viagens no tempo e teletransporte. É difícil explicar exactamente o que aconteceu ao coelho com o número “15”, mas qualquer fã da saga “Regresso ao Futuro” sabe que o contínuo espaço-tempo e, consequentemente, todo o universo, podem ser destruídos se um viajante no tempo encontra a sua instância do momento temporal para o qual viajou. É aquilo a que chamamos paradoxo. Poderá ser por essa razão que o Dr. Halliwax está tão preocupado com a possibilidade de os coelhos se tocarem. Mas, esperem, as viagens do tempo em Lost não são apenas da consciência? Voltamos à mesma questão que deixámos no final do post “Viagens no tempo e paradoxos”. Os fãs têm utilizado a Orquídea para explicar outras situações estranhas que vimos na série. Uma delas é a visita que Tom fez a Michael em Nova Iorque. A linha temporal de acontecimentos é no mínimo apertada e Tom teria menos de 4 dias para fazer toda a viagem de ida e volta. A teoria é então a de que os Outros possam ter utilizado a Orquídea para teleportar Tom directamente para Nova Iorque. Aliás, o teleporte poderá mesmo ser o método que os Outros têm vindo a utilizar para entrarem e saírem da Ilha, sendo o submarino e os barcos apenas mais um embuste. Outro acontecimento que poderia ser explicado com o teletransporte é a aparição de Ben no deserto do Saara. O facto de Linus estar algo confuso sobre o momento temporal em que se encontra é uma indicação de que a Ilha e o mundo exterior se encontram em momentos temporais diferentes ou pelo menos existe um desfasamento. Na verdade, temos tido várias indicações disso ao longo da presente temporada. Portanto, Ben poderá viajar para o exterior através da Orquídea em 2004 e surgir no mundo exterior em Outubro de 2005. Quem sabe se isso não acontecerá já neste final de temporada. As características da estação Orquídea e a existência de wormholes podem ainda explicar porque razão os mantimentos Dharma continuam a chegar à Ilha. Talvez estes tenham sido enviados em massa na década de 70-80 e entrado num buraco de verme que os levou ao ano de 2004. Explica também a aparição de um urso polar com uma coleira Dharma na Tunísia. Um pormenor que daqui deriva, e que poderá vir a ser importante, é que a direcção em que se entra no espaço da Ilha parece ter relevância no desfasamento temporal. O corpo de Dr. Ray surgiu na praia antes de ser morto na fragata. O foguete da experiência de Faraday surgiu na Ilha depois do momento previsto para o impacto. Já seguindo na direcção 305, o desfasamento parece não ocorrer. A Orquídea poderá ser também a via para concretizar aquilo que Christian Shephard pediu a Locke: mover a Ilha. É por esse motivo que intitulámos este post de “a caminho da orquídea”, pois é muito provavelmente para essa estação que se dirigem Locke, Hurley e Ben, bem como Keamy e a sua equipa. Quem chegará primeiro? Tendo em conta a cena final de “The Shape of Things To Come”, o primeiro grupo, segundo esta teoria obviamente, terá sido bem sucedido na movimentação da Ilha no contínuo espaço-tempo, pois Linus diz a Widmore que nunca conseguirá encontrar a Ilha. Mas como a terá encontrado em primeiro lugar? Terá sido através da investigação levada a cabo por Penny com a estação de observação no Árctico? Aquela estação que detectou a anomalia electromagnética libertada durante a implosão do Cisne? Ou terá sido através do diário do Black Rock que Widmore adquire em “The Constant”? Falta ainda saber se Penny está a colaborar com o seu pai ou a trabalhar contra ele. Outro ponto interessante é o facto de muitos fãs suspeitarem, desde a segunda temporada, que foi a empresa de Widmore quem construiu as estações da Dharma na Ilha. Na realidade, Widmore disse a Ben que a Ilha é sua e sempre foi. Nesse caso, o pai de Penny até já pode ter estado na Ilha. Talvez Ben tenha usado a Orquídea para mover a Ilha depois da purge da Dharma e, desde então, Widmore tem procurado insistentemente aquele local. Então porque teria Widmore comprado o diário do Black Rock? Bom, ao invés de procurar obter informação, talvez queira prevenir que essa informação se torne pública. Ou talvez precise de conhecer em detalhe toda as posições visitadas pelo Black Rock para encontrar novamente a Ilha. Posto isto, estaremos mesmo a caminho da Orquídea? Etiquetas: Curiosidades |