O Cisne e a Pérola
No episódio All The Best Cowboys Have Daddy Issues Locke atira uma lanterna a Boone, este deixa-a cair no chão e ouvimos um som metálico. Afastando as folhas e a terra que cobria, Locke descobre uma janela metálica. Acabava de ver pela primeira vez uma das entradas do local que iria ocupar a sua mente por muito tempo. Teria ele encontrado o seu destino, a razão pela qual foi “levado” até aquela ilha e passou por um milagre? Ou seria tudo apenas uma mera coincidência? A escotilha (hatch), como foi chamada pelos losties, ganha um ar de mistério quando descobrimos através de flashbacks do Hurley que ela tem gravado no exterior os mesmos números que ele considera estarem amaldiçoados. Durante a primeira época, Locke tenta, infrutiferamente, entrar nela. Quando Boone morre como consequência de uma das suas explorações, Locke sente-se derrotado, mas tudo muda quando uma luz no interior da escotilha acende no seu momento mais desesperado. Locke interpreta isto como um sinal e volta a ter forças. Com ajuda de Danielle, Locke, e mais alguns losties, que a esta altura já sabem da existência da escotilha, vai buscar dinamite ao navio Black Rock e consegue finalmente, no último episódio da primeira época, abrir a escotilha. Com o início da segunda época entramos no interior da escotilha, primeiro Kate, depois Locke e finalmente Jack. Lá eles encontram um espaço escuro, como um bunker, habitado, com comida, luz eléctrica, apetrechos como máquina de lavar e um armário de armas. Encontram também Desmond que os recebe de maneira muito hostil. Quando um computador é atingindo, Desmond fica apavorado e freneticamente tenta conserta-lo, Kate vai pedir a ajuda de Sayid e Jack e Locke ficam com Desmond. É quando ele lhes mostra o vídeo de Orientação. No filme descobrimos que a escotilha é designada de Cisne (Swan) e que faz parte de uma Dharma Initiave. Narrado por um Dr. Marvin Candle, o filme explica como a Iniative foi fundada pelos DeGroots e os aspectos de pesquisa da mesma, meteorologia, psicologia, parapsicologia, zoologia, electromagnetismo e utopia social. Refere também que tudo é financiado por Alvar Hanso através da Hanso Foundation. Passa depois a explicar os detalhes técnico a ter na Cisne e refere que como resultado de um “incidente” os ocupantes da escotilha tiveram que passar a introduzir um código de 108 em 108 minutos. Dr. Marvin refere que este trabalho é de importância crucial. Mais tarde descobrimos também que Dr. Marvin pede que o computador não seja usado para mais nada além da inserção do código, o seu uso indevido poderá levar a outro incidente. Desmond foge antes do computador ser consertado e desaparece na ilha, Sayid é bem sucedido no conserto e Locke fica com a certeza que tudo o que passou na vida foi para chegar até ali, até aquela escotilha. Pelo contrário Jack não acredita em nada daquilo e afirma que se deve tratar de algum tipo de experiência psicológica, para testar quanto tempo alguém ficaria ali a carregar numa tecla. Locke assume o controlo da escotilha e cria uma rotina de turnos para a inserção do código, a escotilha passa a fazer parte da rotina diária do Losties sem que eles façam muitas questões sobre o ela que é e para que serve. No episódio Lockdown, a escotilha, como dizia na descrição do episódio, parece ganhar vida própria. Ouve-se uma contagem decrescente e ao final desta as portas de segurança descem fechando Locke fora da sala do computador. Locke, que fica preso debaixo duma delas, é obrigado a pedir ajuda a Henry, que tinha sido feito prisioneiro. Ele sobe pela conduta de ar e vai até ao computador inserir o código. Momentos depois Locke vê por uns segundos um mapa desenhado numa das portas. Passado alguns segundos as portas de segurança abrem. A fé de Locke na escotilha começa a abalar quando Henry lhe diz que não fez nada quando foi até ao computador. Não inseriu o código e mesmo assim o temporizador voltou aos 108 minutos, Locke diz que não acredita mas fica visivelmente perturbado. Quando tenta recriar o mapa que viu nas portas sem sucesso Locke tem um acesso de desespero. Noutro ponto da ilha, Eko sonha com o irmão Yemi. Este, assim como Ana que tinha acabado de ser morta por Michael, diz-lhe que ele tem de ajudar Locke porque este está a perder o rumo. Ele tem de ajudar Locke a encontrar o Ponto de Interrogação. Eko vai atrás de Locke e depara-se com a tragédia que tinha acabado de acontecer na escotilha. Com a desculpa de ir atrás de Henry pede a ajuda de Locke e os dois saem da escotilha. Lá fora, Eko pede a Locke que o leve até ao Ponto de Interrogação, este embora inicialmente hesitante acede e os dois tentam seguir o rascunho do mapa que Locke desenhou. Acabam por encontrar o avião onde Boone tinha caído e onde Eko encontrou o corpo do irmão. Depois de outro sonho, encontram debaixo do avião outra escotilha. Visivelmente excitados Locke e Eko entram na escotilha, lá deparam-se com uma sala com nove televisores, duas cadeiras, vários cadernos e outro computador. Locke liga os televisores mas apenas um dá imagem e tratam-se de imagens ao vivo do Cisne. Eko encontra outra cassete de orientação e coloca para visionarem. O vídeo fala dos trabalhos a serem efectuados na Pérola (nome da escotilha) e é apresentado aparentemente pelo mesmo homem mas que aqui apresenta-se como Dr. Mark Wickmund. Refere que as outras escotilhas têm câmeras escondidas e que por três semanas é o dever deles observar e registar todos os movimentos dos seus ocupantes. Os seus registos deverão depois ser enviados por um tubo pneumático directamente para “eles”. Diz que os outros ocupantes não sabem que estão a ser observados ou que estão numa experiência psicológica e que pensam que o seu trabalho é crucial. No final deste vídeo Locke está convencido que Jack tinha razão e que tudo o que ele fez na escotilha não teve importância alguma, era “tão insignificante como o resto da minha vida”. Eko pelo contrário está ainda mais convencido da sua importância e diz que assumirá o papel de introduzir o código. No último episódio da segunda época assistimos a regresso de Desmond, Eko assumiu realmente o papel de Locke e este quer de uma vez por todas descobrir a verdade sobre a tecla. Com o regresso de Desmond descobrimos mais alguns detalhes da história da escotilha, ele foi levado para lá por Kelvin Inman (o mesmo homem que vimos com Sayid no Iraque) que o tornou no parceiro dele em todos os procedimentos na escotilha. O antigo parceiro de Kelvin, Radzinsky foi quem iniciou o desenho do mapa nas portas de segurança, o qual Kelvin continuou depois da morte deste. Kelvin explica a Desmond, numa noite em que se embebedou, que eles precisam de carregar a tecla a cada 108 minutos para que a carga electromagnética acumulada possa ser descarregada em segurança e que a escotilha tem um mecanismo de segurança contra falhas de sistema, o qual se fosse activado faria “tudo desaparecer”. Em conjunto com Desmond, Locke consegue afastar Eko do computador e impedi-lo de entrar na sala (activando as portas de segurança). Locke convenceu Desmond a não carregar na tecla para poderem descobrir o que acontece. Enquanto esperam Locke e Desmond conversam e este pede a Locke que lhe fale mais da Pérola. A partir do que ele diz, Desmond acha que Locke percebeu tudo ao contrario e que quem estava a ser sujeito a uma experiência psicológica eram os membros da Pérola e não os do Cisne. Esta hipótese levantada por Desmond ganha ainda mais evidencia quando vemos que noutro ponto da ilha um grupo de losties encontra os cadernos de registos da Pérola num local afastado e completamente abandonados, dando a entender que o que estava escrito neles afinal não tinha qualquer interesse. Desmond pede a Locke para ver os papeis que imprimiu na Pérola e apercebe-se que a data em que o avião 815 Oceanic coincide com o dia em que ele foi atrás de Kelvin, acabando por mata-lo acidentalmente, e que se atrasou a inserir o código. Quando chegou, o computador estava a registrar falha do sistema e a escotilha em processo de destruição, Desmond chega então à conclusão que foi ele quem causou o despenhamento do avião ao não activar a tempo a descarga segura de electromagnetismo. Desmond está agora convencido da validade da tecla e quer introduzir o código mas Locke continua a não acreditar e para impedi-lo destrói o computador. Desmond fica desesperado e vê a única solução na activação do mecanismo de segurança. O temporizador chega a zero e depois de todos os hieróglifos aparecerem uma voz nos altifalantes avisa “falha de sistema” e o mesmo aparece registado no computador. Um campo de electromagnetismo é activado e todos os matérias metálicos atraídos para a parede de cimento. Locke apercebe-se que estava errado e fica paralisado a olhar para Eko, que entretanto tinha entrado na escotilha. Desmond, por sua vez, rasteja até ao mecanismo e activa-o. O destino da escotilha Cisne depois da activação do mecanismo de segurança é desconhecido embora se acredite que ela tenha sido destruída. No final desta época chegamos à conclusão que a inserção do código no computador tinha realmente uma finalidade verdadeira e não se tratava de uma experiência psicológica como pensava Jack e Locke passou a acreditar. O propósito da inserção do código parece ser a descrita por Kelvin, descarregar com segurança a acumulação do electromagnetismo. Este electromagnetismo poderá servir vários propósitos como já foi descrito no post A Descarga Electromagnética. Será que alguma das escotilhas esteve sujeita a uma experiência psicológica? Se sim, tudo leva a crer que terá sido a Pérola. Os cadernos de registos abandonados e a verificação que a inserção da tecla era importante evidenciam esta hipótese levantada por Desmond. No entanto, esta experiência podia já não estar a acontecer e a escotilha a ser usada para vigilância dos sobreviventes. Num podcast, um dos produtores da série afirmou que momentos antes da entrada de Eko e Locke estava alguém, que não eles, no interior. Poderia ser um membro dos Outros, o que explicaria como Mr. Friendly (Tom) sabia que os sobreviventes estavam na escotilha quando os confrontou no episódio “The Hunting Party” e também tornaria plausível a armadilha que eles montaram a Michael. Através das câmaras eles sabiam quando ele estava sozinho no computador e comunicavam com ele. Os vídeos de orientação de ambas as escotilhas estão datados de 1980 mas o vídeo da Pérola parece ser mais novo que o do Cisne, pelo facto de o primeiro se encontrar em vídeo cassete. No entanto, pode ser que devido ao electromagnetismo presente no Cisne o uso de uma cassete para a orientação não fosse possível. Aparentemente temos o mesmo homem a apresentar os vídeos, no entanto ele parece consideravelmente mais novo na orientação da Pérola, além do facto de possuir um braço protésico num dos vídeos e no outro não. Se observamos com detalhe o vídeo de orientação da Pérola, verificamos que num dos televisores atrás do Dr. Mark Wickmund estão a ser transmitidas imagens do Cisne, vemos duas pessoas e os sistemas de gravação em bobina, no entanto o banco de computador luminoso que está actualmente no Cisne ainda não aparece nesta imagem. Isto sugere que ele terá sido adicionado depois do “incidente” e que o vídeo de Orientação do Cisne é posterior ao da Pérola. Na LOST Experiência surgiu um vídeo que parece mostrar a construção das escotilhas, acredita-se que esta possa ter estado a cargo da Widmore Constructions, empresa do pai da Penny. A vivência no Cisne parece ter acabado, embora as perguntas continuem, mas as escotilhas já descobertas e ainda por descobrir podem trazer muitas respostas, assim como um leque de novas perguntas. Etiquetas: Dharma |